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Cândido de Abreu |
POLÍTICA: Cândido de Abreu, então Distrito de Reserva, teve como representantes na Câmara Municipal de Reserva, os Vereadores: Ary Borba Carneiro, Pedro Slonik e Clemente Adamowicz. Em 1952 foi iniciado o movimento pró-emancipação político-administrativo de Cândido de Abreu. A população participou de inúmeros movimentos, encabeçados pelos líderes políticos. Em 26 de novembro de 1954, os movimentos foram coroados de êxito com a emancipação de Cândido de Abreu através do Decreto Estadual nº 253, desmembrando-se de Reserva. O Projeto de criação do Município foi de autoria dos Deputados: Oscar Lopes Munhoz, Chafic Cury, Portugal Tavares, Nilson Ribas e Resende Filho. Foi assinado pelo então Governador de Estado, Sr. Bento Munhoz da Rocha. A instalação solene ocorreu no dia 22 de dezembro de 1955, com a posse do primeiro Prefeito eleito, o Sr. Ary Borba Carneiro, e os componentes da Câmara Municipal, formadas pelos Vereadores: Fredolin Alves Batista, Alexandre Szaka, Ernesto de Morais Lacerda, Jorge Sbigniew Skowron, Tadeu Pazio, Sebastião Afonso dos Santos, Alcides Deniz Pereira, José Malucelli França, Czeslau Sawczuk. ORIGEM DO NOME AO MUNICÍPIO: É uma homenagem ao Engenheiro Civil Dr. Cândido de Abreu, o qual serviu como Secretário de Obras Públicas e Colonização do Estado. Dedicou especial atenção aos problemas dos colonizadores da região. Seu nome encontra-se ligado à formação dos núcleos e colônias que deram origem às cidade de Reserva, Cândido de Abreu, Prutentópolis e outras. Prestou grandes serviços à cidade de Curitiba, na qual também foi prefeito.
HISTÓRIA: A região onde está localizado o Município de Cândido de Abreu recebeu seus primeiros povoados na metade do século XIX. Para o seu desbravamento contou com a efetiva participação de imigrantes poloneses, alemães e ucranianos. Cândido de Abreu tem sua origem na colonização iniciada em 1847 por iniciativa do médico Dr. João Mauricio Faivre, sob os auspícios de D. Tereza Cristina, esposa do Imperador D. Pedro II, que foi grande incentivador da colonização estrangeira no Paraná. Dr. João Mauricio Faivre, na época era medico da família real, e chegou na região acompanhada de 87 franceses, aos quais auxiliou durante dois anos, fornecendo-lhes os recursos necessários à manutenção. Assim conseguiu com seu grupo chegar até à confluência dos Rios Ivaí e Ivaizinho; pois dali para baixo, tornava-se impossível à penetração, em virtude dos ataques indígenas da região. Deu-se, assim, a fundação da Colônia Terezinha (hoje Distrito de Tereza Cristina), na qual o Dr. João Mauricio Faivre aplicou seus vastos conhecimentos, orientando seus companheiros de produção de cimento, fabricação de tijolos, telhas e na construção de suas habitações. A localidade desenvolveu-se rapidamente. Em 1859 contava com 236 brasileiros, 11 franceses, 6 portugueses. Dos 87 franceses que iniciaram a colonização, a maioria não permaneceu, espalhando-se por outras regiões. Em 1864, havia 342 habitantes, e em 1866, 444 habitantes. Em 1871, foi elevada a freguesia com a denominação Terezina. Em 1891 passou a Distrito Judiciário com a denominação de Tereza Cristina, em homenagem à Imperatriz. O cartório foi criado em 11 de maio de 1891, e instalado em 11 de agosto de 1891, sendo seu primeiro Juiz de Paz o Sr. Antonio Mendes dos Santos, e o primeiro escrivão Sr. Falecíssimo Correia dos Santos. COLONIAS: Em 1912 a região passou a receber outros colonizadores estrangeiros, entre esses: alemães, poloneses e ucranianos que fundaram outras colônias como: Linha Apucarana, Três Bicos e Faxinal de Catanduvas, na época “Morska Wola”. Recebiam do Governo Federal, através de seus representantes, lotes de terras, os quais deveriam ser pagos em 4 anos, e as estradas seriam abertas pelos colonos. Um maior número de ucranianos estabeleceu-se em Imbuía, Rio dos Índios e Saltinho. Os poloneses, em Apucarana e Faxinal de Catanduvas. Os Alemães, em Linha Palmital e Linha Pinhal. Nem todos os núcleos coloniais prosperaram de acordo com os desejos e aspirações de seus fundadores, e dos governos que os orientaram e impulsionaram. COLÔNIA FEDERAL DE CÂNDIDO DE ABREU: Esta colônia teve inicio em 1915, formada por colonizadores brasileiros, alemães, ucranianos e poloneses. Tinha como administrador geral e representante do Governo Federal, o Sr. Ferdinando Malanowski. Entre seus primeiros moradores destacamos: Ernesto Ramos, José Duarte Fernandes, Hipólito Donato, José Máximo, Pedro Ramos, José Henrique, João Henrique. As famílias: Ladmann, Scultz, Denzig, Krauze, Vogts, Waitz, Skowron, Pázzio, Mercindo Pereira, Arator de Oliveira, Júlio de Oliveira, Jacinto Cunha, Paulo Mazilli, Felipe de Oliveira, Valentin Furnmanowiski. Em 4 de janeiro de 1919, pelo Decreto nº 15919, foi criado o Núcleo Colonial “Cândido de Abreu”, pertencendo ao Município de Tibagi. Nessa época passou a ter como Inspetor-subordinado a Tibagi, o Sr. Ernesto Ramos. A primeira fazenda foi iniciada pelo Visconde Charles de Laguiche. O primeiro padre a rezar missas nas casas dos moradores, foi Eduardo Pinoscy, que vinha à cavalo de Ivaí Calmon. O primeiro vigário foi o Pe. Matias Poschiadlo. Em 1922 foi criada a Escola Polonesa, e o primeiro professor foi o Sr. Estanislau Dzaplinski. A primeira linha de ônibus a servir a localidade era de propriedade do Sr. Pedro Cruczek, e tinha como motorista o Sr. João Vogt. Outros proprietários de empresa de ônibus foram: Tarciso Messias, Zbyslaw Wasilewski (Flexa do Ivaí) Benjamim Branco (Expresso C. Abreu), Sr. Schafranski, e mais tarde “Expresso Bobek” do Sr. Antonio Bobek. Os primeiros comerciantes foram: Gregório Skowron (secos e molhados), Jacinto Cunha (remédios e secos e molhados), Paulo Mazilli (remédios e secos e molhados). A primeira serraria foi instalada pelo Sr. Ferdinando Malanowski, a qual negociou com Nicolau Novak. A primeira pensão foi instalada pela Sra. Marta Lehmann, e em seguida passou a ser dirigida pela filha Mina Lahmann. O primeiro Delegado foi o Sr. Ernesto Ramos, e o segundo o r. Mercindo Pereira. O primeiro caminhão na localidade era de propriedade do pioneiro José Adamowicz, fazia transporte de mercadorias locais: porcos, galinhas e cereais para Ponta Grossa, Ipiranga, Ivaí Calmon e outras cidades. Trazia mercadorias de primeira necessidade para os comerciantes e moradores. De 1926 à 1928, ocorreram surtos de malária, que praticamente dizimou parte da população. Foi usado como medicamento, em maior proporção, o “azul metileno”. Na seqüência dos anos surgiram outros surtos e também epidemia de tifo. Esta foi a principal causa da decadência da Colônia e da Região, pois muitos moradores morreram e outros se foram para outras regiões. Apesar de tantas dificuldades e obstáculos, a localidade continuou seu desenvolvimento, e tornou-se Distrito Judiciário em 27 de julho de 1931, pertencendo ao Município de Reserva. (fonte: Revista Edição Especial 1983) |